ONDE ESTÁ A ALEGRIA DE SER LEO?
- lionsclubeelos
- 23 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 25 de nov. de 2024

Eu me tornei LEO no início dos anos noventa e permaneci até o começo dos anos dois mil. Naquela época, o LEO Clube era o grupo de jovens mais feliz da minha cidade: os mais barulhentos, bagunceiros, mas, acima de tudo, um bando de jovens com um desejo claro de servir. O LEO era um coletivo repleto de gente alegre, divertida e simpática. Jovens que se destacavam pela disposição em ajudar, pela amizade verdadeira e pelo entusiasmo contagiante. LEO era isso: um lugar de acolhimento, de civilidade onde a cordialidade e a camaradagem não eram apenas valores, mas parte da essência de quem éramos.
Lembro-me com saudade das campanhas, das viagens, das reuniões e das atividades. Nós não éramos apenas companheiros — éramos amigos. Ríamos juntos, chorávamos juntos, vivíamos intensamente. As Conferências Distritais eram momentos de reencontro, em que revíamos amigos de todo o distrito, enquanto nas Conferências Nacionais fazíamos novas amizades e conhecíamos pessoas de todo o Brasil. Era incrível como o LEO Clube nos conectava, ampliando nossa visão de mundo, nossos horizontes e nos unindo em torno de um mesmo propósito.
Além da diversão, o LEO Clube nos proporcionava um espaço de aprendizado e crescimento. Nos treinamentos, desenvolvíamos nossas capacidades — tanto as chamadas hard skills, como organização e planejamento, quanto as soft skills, como comunicação, liderança e empatia. Na época, eu nem imaginava que estava aprendendo a ser um administrador e um gestor. Muito menos que essas habilidades me levariam a escolher a profissão que hoje amo: trabalhador humanitário. O LEO, sem dúvida, moldou o profissional e o ser humano que me tornei.
E claro, havia também os momentos mais desafiadores: as Reuniões do Gabinete Distrital (RGDs) e os Seminários de Preparação de Líderes. Discutíamos, às vezes até brigávamos, mas tudo com o objetivo de fazer mais e melhor. No final, essas experiências nos ajudavam a crescer, não só como líderes, mas como pessoas. Hoje, percebo que as melhores lembranças da minha adolescência e do início da minha juventude estão intrinsecamente ligadas ao LEO Clube.
Por isso, ao olhar para vocês, jovens LEOs de hoje, percebo o quanto tudo mudou. Vocês parecem tão sérios, tão focados em seguir protocolos e em cumprir à risca o que esperam de vocês. É como se estivessem presos às expectativas que foram colocadas sobre seus ombros.
Quero libertá-los dessa carga: vocês não precisam atender às expectativas dos Leões — essas expectativas pertencem a eles. Foquem nas suas próprias metas, nos seus sonhos e objetivos.
Lembrem-se de que sua relação com o Lions Patrocinador e com os Leões deve ser de parceria, não de submissão. E, embora eu compreenda a importância de algumas responsabilidades, sinto falta da alegria, da espontaneidade e do entusiasmo que transbordavam em nosso tempo.
LEO é uma escola de Leões, é verdade. Mas vocês ainda não são Leões — alguns de vocês são LEO-Leões, é claro, mas ainda não tocam no cerne do que significa ser só Leão. E não precisam carregar esse peso tão cedo. Não precisam ser tão rígidos, tão presos à ideia de que não podem errar. Quero convidá-los a serem mais leves, mais felizes. Permitam-se errar, porque é no erro que aprendemos. Permitam-se viver, porque é na vivência que criamos memórias.
Que tal fazer da alegria uma causa global dos LEO Clubes? Que tal transformar a felicidade, o entusiasmo e o brilho nos olhos em um propósito? Levar a alegria para os outros, mas também garantir que ela faça parte do caminho de cada LEO. Essa pode ser a nossa essência e o nosso legado: servir com alegria, crescer com alegria, viver com alegria.
Com carinho, de alguém que nunca deixou de ser LEO no coração.
Leão Raniere Pontes, Lions Clube Sao Paulo Elos - Distrito LC-2
Ex-assoaciado do LEO Clube de Registro (antigo L-4) e do LEO Clube São Paulo Alto da Mooca (Distrito LC-2) entre os anos 1993 a 2005.

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