Entre o LEO e o Lions: Onde Nossos Sonhos Continuam
- lionsclubeelos
- 10 de jun.
- 2 min de leitura

Semana passada, me peguei revivendo meu próprio caminho dentro do movimento. Fechei os olhos e voltei àquela primeira reunião LEO, quando tudo era novo e, ao mesmo tempo, parecia casa. A gente sonhava alto, vibrava junto, errava, acertava, fazia por amor. E mesmo nas noites em que a gente carregava cadeira, pendurava faixa ou digitava ofício de última hora, alguma coisa dentro de mim dizia: vale a pena.
Hoje, essa pergunta me visita com mais frequência: que Lions queremos, afinal?
E não é uma pergunta sobre regras, protocolos ou estatutos. É sobre afeto. Sobre permanência. Sobre o espaço que existe (ou não) para quem foi formado pelo movimento, mas chega a uma nova etapa carregando não só crachás e pins antigos, mas histórias, sonhos e cansaços também.
A transição do LEO para o Lions não acontece num clique. Ela acontece no intervalo entre o entusiasmo e a dúvida. Entre o "vem com a gente" e o "será que tem lugar pra mim aqui?".
Não sei exatamente quando começa essa travessia. Mas sei que ela vem cheia de memórias e, às vezes, de silêncios:
Silêncio de quem já fez muito e não foi lembrado.
Silêncio de quem já se doou por inteiro e, mesmo assim, sente que precisa se provar mais uma vez.
É um movimento bonito, sim, mas também exige cuidado. Porque essa não é só uma mudança de grupo. É uma mudança de ritmo, de olhar, de escuta.
O LEO ensina a sonhar; o Lions, muitas vezes, ensina a sustentar. Mas o que a gente precisa agora é de um lugar que integre. Que reconheça o que fomos sem desvalorizar o que somos hoje. Que permita que o novo chegue sem ter que se esconder atrás do velho.
A gente não quer um Lions diferente.
A gente quer um Lions mais vivo.
Um Lions que entenda que maturidade não é calar os mais jovens, mas escutar o que ainda não foi dito.
Que tradição não é uma âncora, mas uma raiz que pode (e deve) sustentar o crescimento.
Que reconhecimento não é prêmio, é presença.
Porque quem já serviu com alegria, com dor, com entrega, merece encontrar um lugar que saiba acolher isso.
E esse lugar começa com escuta. Com espaço real. Com vínculos que não cobram perfeição, mas oferecem caminhada.
O Lions que queremos é aquele onde a trajetória de um companheiro LEO — com toda sua bagagem, com tudo o que viveu, com o tanto que ficou em silêncio — não precise ser esquecida pra começar de novo.
É aquele onde o legado se constrói no coletivo. Onde o tempo é mestre, mas o afeto é caminho. Onde ninguém precisa deixar de ser quem é pra fazer parte.
Afinal, servir nunca foi sobre cargos.
Sempre foi sobre gente.
E a gente só fica onde sente que ainda tem lugar…
CLEO/CaL Bruna Rodrigues
LEO CLUBE SP ELOS & LIONS CLUBE SP ELOS



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